sexta-feira, 4 de novembro de 2011

A exposição: PAISAGENS DO TEMPO, realizada no MASM, em Santa Maria, RS, encerrou. Deixo aqui, o texto escrito com muita sensibilidade, pelo professor e escritor Valdo Barcelos sobre meu trabalho em cerâmica.

Filha do barro                                                   Hija del Limo
Se fosse tecido, seria seda. Se fosse cristal, seria um cálice. Se fosse madeira, seria pau-brasil. Se fosse louça, seria um prato misterioso. Se fosse bronze, seria um bumerangue alado. As obras desta mulher não são feitas de nenhum desses materiais. Ao mesmo tempo, são feitas de todos eles. Viviane faz da Argila seu tempo; sua delicadeza; sua fragilidade – onde reside sua força - ; seu retorno – que se não é eterno, é aquele possível - ; seu universo, de infinitas entradas e (im) prováveis saídas – numa busca que foge e numa fuga que busca. Mulher e obra se fundem na Argila. Unidas pelo abraço circular e infinito do tempo. Tempo, essa substância da qual somos todos feitos. Assim como do barro – Argila - um dia todos nascemos, a ele e nele nos encontraremos. O barro de que é feita a obra de Viviane é o barro de sua existência. É o barro do qual ela e todos nós somos filhos e filhas. Viviane, com sua obra, se faz uma legítima filha do barro.

Valdo Barcelos – Professor e escritor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

INSIRA, AQUI, TEUS COMENTÀRIOS!